domingo, 5 de setembro de 2010

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Boa sorte!!!!

domingo, 8 de agosto de 2010

Qual é o estado físico do fogo?



 E a resposta é: nenhum. Isso mesmo nenhum pois o fogo não é matéria e sim energia. ( Para que haja estado físico é preciso haver matéria!)
 Ao pegar fogo os átomos da madeira se quebram unido-se ao oxigênio do ar para formar água (H2O). Como os átomos da madeira tem mais energia que as moléculas de água formadas por eles, acontece uma "sobra" de energia. Essa "sobra" vira luz e calor - ou melhor, o fogo!
 Quando em uma reação ocorre liberação de energia (caso do fogo) dizemos que essa reação é exotérmica.

Fonte da imagem: http://www.otavioweb.com/?fotografia/28
Fonte do artigo: Revista Mundo estranho http://mundoestranho.abril.com.br/ciencia/pergunta_286222.shtml

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Simulador para estudar os estados físicos da matéria e mudanças de estado

Olá, meninos e meninas loucos por Química. Hoje a minha postagem é para dar uma dica para quem quer entender melhor os estados físicos da matéria a nível molecular.
Existe um simulador, mais ou menos como um joguinho, porém para fins didáticos, chama-se Estados da matéria (1.07). Nele o estudante poderá entender melhor como as moléculas se comportam nos três estados físicos da matéria - sólido, líquido e gasoso. Ele permite visualizar:
Como as moléculas se comportam em cada estado físico da matéria;
Diagramas de pressão e temperatura (pode-se modificar a temperatura ou o volume de substância no recipiente);
Relacionar o potencial de interação com as forças intermoleculares.



A temperatura aparece em kelvin - unidade para temperatura do Sistema Internacional de Unidades. Para converter Kelvin (K) em Celsius (ºC), use a seguinte equação:  
                          temperatura em °C = temperatura em K - 273,15
Os -273,15 ºC correspondem a 0 K, ou seja, ao zero absoluto (a temperatura mais baixa possível e que não pode ser atingida por meios naturais ou artificiais).

A dica vai também para professores demonstrarem seus conteúdos em sala de aula por meio do data show.
Para fazer o download da simulação clique no link: http://phet.colorado.edu/sims/states-of-matter/states-of-matter_pt.jnlp  

Obs: É preciso ter Java, caso não possua baixe no site do baixaki. Acesse este link e faça o download: http://www.baixaki.com.br/download/java-runtime.htm 

sábado, 10 de julho de 2010

O que o ácido lático tem a haver com as cãibras musculares?



A medicina não sabe ao certo as causas das indesejáveis cãibras musculares, porém, a principal teoria a explicar o fato diz que a cãibra é causada por um acúmulo de ácido lático nos tecidos musculares.
O acúmulo de ácido lático produzido nos músculos durante grandes esforços físicos causa a contração involuntária (e dolorida) dos músculos, a cãibra.
E como o ácido lático é produzido?
Explicando de maneira simples: ao fazer um grande esforço físico, por exemplo, exercícios vigorosos, o corpo consome mais oxigênio que o normal. Para continuar o esforço mesmo na ausência de oxigênio, nossos músculos começam a respirar de maneira anaeróbica, onde a glicose decompõe-se sem a presença do gás oxigênio, tal reação produz ácido lático. Quanto maior a atividade dos músculos, mais ácido lático vai se acumulando ocasionando cansaço muscular e cãibras.
Abaixo, encontra-se a fórmula estrutural (a dos tracinhos) do ácido lático:


O ácido lático é um composto orgânico (possui cadeia carbônica) de função mista porque tem as funções: ácido carboxílico e álcool em sua estrutura.
A função ácido carboxílico é caracterizada pela presença do grupo carbonila (C=O) ligado a um grupo hidroxila (OH). Tal função sempre é encontrada nas extremidades da cadeia carbônica.
A função álcool é aquela que apresenta o grupo OH ligado a um carbono saturado, ou seja, um carbono que faz apenas ligações simples.
 


sábado, 3 de julho de 2010

Química na investigação de assassinatos: Conheça o Luminol


Acredito que seja do conhecimento de todos o caso do goleiro Bruno, principal suspeito do desaparecimento da jovem Eliza Samudio, de 25 anos. Aí vocês perguntam: O que isso tem a ver com Química, professora?
De acordo com a matéria publicada dia 30/ 06/2010 no site da revista Veja (http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/vestigios-encontrados-no-carro-do-goleiro-bruno-sao-de-sangue-humano), foram encontrados no carro de Bruno, vestígios de sangue humano. Tais vestígios puderam ser detectados por meio de uma substância química: o Luminol.
O Luminol é uma substância química utilizada na investigação da cena do crime (criminalística), onde não é possível ver sangue a olho nu. O assassino pode livrar-se do corpo da vítima e limpar todo o sangue, ficando praticamente impossível enxergar qualquer mancha de sangue. Porém, não é possível eliminar todos os resquícios de sangue por meio de uma simples limpeza, ou seja, as partículas de sangue irão permanecer no local do crime mesmo que ninguém possa vê-las. É exatamente aí onde entra o Luminol que quando borrifado em uma área em que há sangue emitirá uma luz verde ou azulada.

Reação química

Na investigação, os criminalistas misturam o Luminol que é um pó (C8H7O3N3) com um líquido contendo peróxido de hidrogênio (H2O2), um hidróxido (OH-) e outros produtos químicos. A mistura é colocada em um borrifador.
O principais agentes da reação química são o peróxido de hidrogênio e o Luminol, contudo , para que a reação entre esses dois reagentes produza um brilho forte é necessária a presença  de um catalisador (substância que acelera uma transformação química). E quem vai ser o catalisador dessa reação química? O ferro contido na hemoglobina do sangue. Portanto, se houver sangue tal reação vai produzir o brilho forte podendo ser visto perfeitamente no escuro. Esta é uma reação onde ocorre oxidação: o Luminol perde átomos de nitrogênio e hidrogênio e adquire átomos de oxigênio, resultando em um composto denominado 3-aminoftalato. A reação deixa o 3-aminoftalato em um estado de energia mais elevado, porque os elétrons dos átomos de oxigênio são empurrados para orbitais mais elevados (elétrons excitados). Os elétrons, ao retornarem rapidamente para um nível de energia menor, emitem energia extra em forma de luz (por isso acontece o brilho). Reações onde ocorre o aparecimento de luz, ou seja,  reações as quais os reagentes tem mais energia que os produtos, são conhecidas como quimiluminescentes. Veja na figura abaixo o antes e depois de pôr o luminol:

Só para terminar, é importante dizer que nem sempre o brilho provocado pela reação química citada acima é um indício de que há sangue no local porque outras substâncias, por exemplo, a água sanitária, podem fazer com que o brilho aconteça, daí é necessário fazer outros testes para se ter certeza de que trata-se de sangue humano.
Espero que tenham gostado! Abraços a todos.

Fonte: http://pessoas.hsw.uol.com.br/luminol.htm acesso em 02 de julho de 2010.


segunda-feira, 24 de maio de 2010

ENEM PARA SELECIONAR PROFESSORES



O Ministério da Educação (MEC) instituiu hoje um concurso para avaliar professores interessados em trabalhar na rede pública. A primeira edição do chamado Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente deverá ocorrer em 2011. Poderão participar educadores do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e da educação infantil.
Segundo o MEC, o programa foi criado a partir da demanda de Estados e municípios. Com os resultados, as secretarias de Educação não precisariam realizar concursos públicos para contratar professores - bastaria usar as notas do exame como critério de seleção.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) será responsável pelo programa, que funcionará nos moldes do atual Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): o professor faz a prova e depois pode utilizar as notas para ingressar em diferentes redes que aderirem ao processo seletivo. A forma de utilização dos resultados será definida por cada secretaria.
Uma consulta pública sobre o exame está aberta desde a última quarta-feira no site do Inep, e ficará no ar durante 45 dias. Professores, universidades, Estados e municípios podem contribuir com sugestões sobre o que um educador deve saber no momento do ingresso na carreira do magistério.
De acordo com portaria publicada no Diário Oficial da União, o exame constituiu uma "avaliação de conhecimentos, competências e habilidades". O exame será realizado anualmente, com aplicação descentralizada das provas. A participação dos professores será voluntária, mediante inscrição.
O Inep montará um banco de dados e emitirá relatórios com o resultado do exame, que serão disponibilizados para instituições de ensino superior, secretarias de Educação e pesquisadores.

Retirado de: http://br.noticias.yahoo.com/s/24052010/25/manchetes-mec-cria-enem-selecionar-professores.html

domingo, 16 de maio de 2010

Saiba mais sobre o açúcar

Na íntegra do site: http://www.quiprocura.net/acucar/acucar.htm




Açúcar - O constituinte principal de doces
Escrito por: Miguel A. Medeiros
Publicado em: 09 de maio de 2004
Quem nunca ingeriu um doce, um chocolate, ou uma bebida doce?
         Dificilmente uma pessoa nunca ingeriu um açúcar, pois este é um alimento 

importante e muito comum no cotidiano das pessoas.
         Seja em balas, chicletes, doces, chocolates ou frutas, o açúcar está presente 

em diversas quantidades e em diversas formas.

Mas o que é o açúcar?
Quimicamente falando, açúcar é um grupo de carboidratos que são solúveis em 
água, tais como: a sacarose, a maltose, a lactose, a frutose, a glicose, etc. 
O amido e a celulose são carboidratos, mas não são solúveis em água, sendo assim, 
não são açúcares.
Para o dicionário Aurélio:
açúcar - [do árabe as-sukkar, 'açúcar', possivelmente do grego sákcharon, sacarose]

1- Produto alimentar fabricado industrialmente, de sabor doce, solúvel em água, extraído 

sobretudo da cana-de-açúcar e da beterraba, também chamada de sacarose.
2- Qualquer de certos carboidratos simples, geralmente, solúveis em água e de sabor 

adocicado, como a sacarose, a glicose e a frutose.
         Como pode ter sido percebido até aqui, açúcar é um grupo de compostos com 
características parecidas e com sabor adocicado. Entretanto, e o açúcar que comemos? 
Ele também é um grupo de compostos?
         Não, geralmente, o açúcar que compramos no supermercado é sacarose. 

O encontrado nas frutas é a frutose (além de sacarose, glicose, entre outros). E até no 
leite existe açúcar, a lactose.

 




sacarose frutose
galactose
A sacarose é um dissacarídeo, ou seja, um composto formado pela união 
de dois monossacarídeos: a glicose e a frutose.

        Quando se coloca uma colher de açúcar, ou seja, sacarose em um copo 

com água e 
mistura-se a solução, estamos hidratando a sacarose e provocando a 
formação de 
glicose e frutose.

E da onde se obtém o açúcar que comemos?
A sacarose que é comercializada como açúcar cristal, refinado ou mascavo é obtida do 
caldo de cana-de-açúcar.
        O açúcar refinado passa por várias cristalizações sucessivas, tudo o que não for sacarose 

pura é retido em um melado, que contém todas as vitaminas e sais minerais presentes no 
caldo de cana.
        O que isso quer dizer é que no caldo de cana puro existe uma mistura de sacarose e todos 

os outros constituintes da cana que vão resultar no melado.
No processo de obtenção do açúcar, o caldo de cana passa por várias etapas de 
cristalização e logo no início é que se obtém o açúcar mascavo. 
Após várias etapas de cristalizações e purificações, obtém-se o açúcar cristal. 
Já o açúcar refinado é o mesmo que o 
açúcar cristal, só que mais finamente triturado e branqueado, possuindo aditivos para evitar 
o
seu endurecimento em forma de blocos.
 
Açúcar refinado: é processado a partir do melado de cana ou do açúcar mascavo. O  produto, 
que inicialmente é marrom, recebe adição de gás sulfídrico e outras substâncias químicas para 
ficar claro. Nesse processo, o açúcar refinado perde vitaminas e sais minerais.
Açúcar mascavo: extraído da cana-de-açúcar, não passa por processo de refinamento, 
mantendo assim as vitaminas e sais minerais do caldo da cana.
Em 100 gramas de açúcar encontramos:
         Comparativo entre açúcar mascavo e refinado




Refinado Mascavo
Energia (kcal) 387 376
Carboidratos (g) 99,9 97,3
Vitamina B1 (mg) 0 0,01
Vitamina B2 (mg) 0,02 0,01
Vitamina B6 (mg) 0 0,03
Cálcio (mg) 1,0 85
Magnésio (mg) 0 29
Cobre (mg) 0,04 0,3
Fósforo (mg) 2 22
Potássio (mg) 2 346
Fonte: Profª Dra. Sonia Tucunduva Philippi
Muitos já deve ter ouvido falar que o açúcar refinado faz mal e o bom é o açúcar de 
frutas (denominação popular para a frutose), ou o açúcar mascavo. É, não dá para 
entender de onde surgiu este mito, pois, como dito, o açúcar refinado e o cristal são 
praticamente só sacarose (glicose + frutose) e o mascavo é, além de sacarose, todas as 
vitaminas e sais minerais do caldo de cana.
A partir disso, é possível concluir que o açúcar refinado pode até não fazer mal, mas o 
mascavo é um tanto mais saudável.
E o açúcar de frutas, a frutose? Realmente é a melhor fonte de açúcar, no entanto, 
quando em frutas,  uma vez que a ingestão de frutas é um hábito saudável.
 
Lembrete: a sacarose também é obtida de frutas (cana-de-açúcar, beterraba, maçã, 
laranja, 
banana, cenoura, etc). Sendo assim, é também açúcar de frutas.
A frutose encontrada no comércio, na verdade, não é obtida de frutas, mas sim, isolada 
do milho. Logo, a denominação açúcar de frutas não é tão adequada.




sexta-feira, 14 de maio de 2010

A curva do esquecimento ( Como fixar o que foi estudado)

Aí vai mais uma na íntegra:
A curva do esquecimento

A curva do esquecimento descreve o quanto somos capazes de reter de informações recém adquiridas. Ela é baseada nas informações adquiridas após uma palestra de 1 hora de duração.
No primeiro dia, no início da palestra, o estudante sabe algo próximo de 0% do assunto ensinado (justificando o motivo pelo qual a curva se inicia no ponto 0). Desse modo, ao final da palestra, ele saberá 100% do assunto ensinado (ao menos saberá o máximo que ele tem condições de aprender, dado o conhecimento prévio sobre o assunto). Assim, após a palestra, a curva chega em seu ponto máximo.

No segundo dia, se o estudante não tiver feito qualquer revisão do assunto (ler, pensar sobre ele, discutir sobre os tópicos aprendidos…) o estudante provavelmente se esquecerá de 50%-80% daquilo que foi aprendido. Perceba que os estudantes se esquecem mais nas primeiras 24 horas após a aquisição do que ao longo de 30 dias. Perceba que ao final dos 30 dias, restarão apenas 2%-3% de toda informação adquirida no primeiro dia. Assim, ao final dos 30 dias, você terá a impressão de que nunca ouviu falar do assunto estudado, precisando estudar tudo desde o inicio.
No entanto, é possível que os estudantes mudem a forma da curva do esquecimento. Nossos cérebros constantemente gravam informações de maneira temporária: conversas no corredor da faculdade, a roupa que você estava usando no dia anterior, o nome de amigos apresentados em uma reunião, a música que acabou de tocar no rádio… No entanto, se você não criar códigos de memória importantes, toda essa informação será descartada. A cada revisão, você cria novos códigos de memória,fixando a informação cada vez mais.
Uma fórmula interessante de revisão seria a seguinte: para cada hora de aula, faça uma revisão de 10 minutos. Observe que essa revisão deve ser feita nas primeiras 24 horas após a aquisição – período em que ocorre maior parte do esquecimento. Essa revisão será o suficiente para “segurar” em sua memória toda a informação aprendida em sala de aula. Uma semana depois (dia 7), para cada hora de aula expositiva, você precisará de apenas 5 minutos para “reativar” o mesmo material, elevando a curva para 100% mais uma vez. Ao final de 30 dias, você precisará de apenas 2-4 minutos para obter novamente os 100% da curva de aprendizagem.
Alguns alunos dizem não ter tempo para esse tipo de revisão. No entanto, nada justifica essa alegação, visto que o maior ganho com as revisões se refere principalmente ao tempo. Se ao longo dos 30 dias, os estudantes não fizerem qualquer tipo de revisão, eles precisarão de mais 50 minutos de estudo para cada hora de aula expositiva. Dado o inevitável acumulo de matéria, provavelmente o aluno dispensará muito mais tempo do que se tivesse simplesmente feito um bom calendário de revisões. A ausência de revisões também comprometerá o fenômeno da reminiscência (abordado anteriormente), já que a memória não costuma funcionar muito bem quando trabalhada com sobrecarga e pouco tempo disponível.

É claro que não existem regras rígidas sobre as revisões, já que essa rigidez esbarra em outras variáveis como diferenças individuais e densidade do material a ser estudado. No entanto, é preciso que você estabeleça um sistema eficiente de revisões caso realmente queira ser academicamente bem sucedido.

Autor: Carlos Dell’Isola
Campeão brasileiro de memória
  http://memorizacao.blogspot.com

terça-feira, 11 de maio de 2010

Demonstração de destilação simples

Interessante essa demonstração de destilação simples. Foi colocado água com corante azul e ao final do processo, pode-se ver a água transparente e límpida.


quarta-feira, 5 de maio de 2010

OS SEGREDOS DOS BONS PROFESSORES (reportagem retirada na íntegra da revista Época do dia 22/04/10)

Reportagem de Camila Guimarães


CONTROLE




A professora Carolina Maia, em sua classe da 2ª série. Em suas aulas, tudo o que não tem relação com aprender fica para fora da sala

De uma carteira na penúltima fileira da sala de aula, relembro alguns conceitos de matemática que tanto me assustavam anos atrás. A minha volta estão cerca de 30 alunos do ensino médio de uma escola de primeira linha de São Paulo. O professor João (o nome é fictício, e você já vai entender por quê) dá uma boa aula. As fórmulas, as equações, os problemas se sucedem. Minha intenção não é reaprender matemática, e sim entender como atua um bom professor. João foi indicado pela direção da escola como um dos melhores.

Prender a atenção de um bando de adolescentes às 8 horas da manhã, com esse tema, já pode ser considerado um feito. E João conquista a quase unanimidade dos olhos grudados no quadro verde, onde resolve um exercício. Só dois grupos pequenos travam conversas paralelas (sobre a própria matéria) – e uma menina dá uma cochilada, a três carteiras de mim. Estou ali, tentando perceber os segredos de uma boa aula, quando escuto um diálogo cochichado:

– Não consegui fazer a maioria dos exercícios, acho que vou passar o resto da semana no plantão de dúvidas.

– Você já teve aula com o professor Fernando?

– Ainda não.

– Ele é demais, o melhor professor que eu já tive.

– Ele é legal?

– Não é isso. É que ele explica tudo de um jeito que a gente consegue entender.

A diferença entre esses dois professores – um bom, o outro ótimo – é o fator de maior impacto na educação. Não é que não seja importante ter computadores, visitar pontos históricos ou culturais, adotar bons livros e apostilas ou manter poucos alunos nas salas de aula. É. Mas, como revela um conjunto de estudos recentes, nada tem tanto efeito sobre o aprendizado quanto a qualidade do professor.

Fatores genéticos podem ser responsáveis por diferenças notáveis no desempenho de uma criança na escola. Mas eles só se manifestam se o professor for bom, diz um estudo da Universidade da Flórida, publicado na edição deste mês da revista Science. (O estudo analisou os níveis de leitura de gêmeos que estudavam em classes diferentes. Os que tinham professores piores – medidos de acordo com o resultado geral da sala – não atingiam o nível dos irmãos, com carga genética idêntica.) Esse resultado põe em xeque o mito de que bons alunos se fazem sozinhos.

Outro mito – a existência de alunos para quem o conteúdo é impenetrável – cai por terra diante das experiências de instituições de ensino nos Estados Unidos expostas em dois livros recém-lançados: Teaching as leadership: the highly effective teacher’s guide to closing the achievement gap (Ensinar como um líder: o guia do professor supereficiente para diminuir o déficit de aprendizado), de Steven Farr, e Teach like a champion: 49 techniques that put students on the path to college (Ensine como um campeão: 49 técnicas que colocam os estudantes no rumo da universidade), de Doug Lemov. (Mais detalhes sobre eles e seus autores daqui a cinco parágrafos.) Para que o conteúdo seja aprendido por todos, porém, é preciso haver professores excelentes. Não apenas bons. Excelentes.

Uma análise do economista Eric Hanushek, da Universidade Stanford, revela que os professores entre os 5% melhores ensinam a seus alunos, a cada ano, o conteúdo de um ano e meio. Na outra ponta, os professores do grupo dos 5% piores ensinam apenas metade do que deveriam.
Avaliar o desempenho individual dos professores permitiria não só premiá-los de forma
mais justa, mas também fazer algo mais importante: entender como eles trabalham

A discussão sobre a qualidade dos professores já está instalada no Brasil. É o cerne de uma batalha entre os sindicatos de professores, que exigem melhores salários e condições de trabalho, e algumas secretarias estaduais, que tentam implementar um sistema de meritocracia, similar ao vigente naqueles países que mais se destacam nas avaliações internacionais de ensino, como Finlândia e Coreia do Sul. Tal sistema já apresenta bons resultados. São Paulo adotou, em 2008, um programa de bonificação para escolas, diretores e professores cujos alunos melhoram o desempenho em provas. Em apenas um ano, o número de alunos da 4ª série que não conseguiam fazer contas básicas de soma e subtração caiu de 38% para 31%.

“Medir o resultado e premiar os melhores é o caminho certo para tornar a carreira de professor mais atraente”, diz Fernando Veloso, economista e especialista em educação. Mas o sistema é ainda incompleto. “Nenhuma das avaliações considera a ação do professor em sala de aula”, diz Paula Louzano, especialista em educação e consultora da Fundação Lemann, organização dedicada à melhora do nível do ensino.
Renato Stockler

MOTIVAÇÃO


Rogério Chaparin, professor de matemática. Ele incentiva os alunos a encontrar mais de uma solução para o mesmo problema

Avaliar o desempenho individual dos professores permitiria não apenas premiá-los de forma mais justa e eficiente, mas também fazer algo ainda mais importante: entender como eles trabalham – e estender sua experiência aos demais. Porque, se é verdade que todo aluno pode aprender, é lógico acreditar que todo professor tem condições de tornar-se ótimo.

Premiar os bons professores e punir os ruins é essencial. Mas fazer apenas isso não basta para chegar a um ensino de qualidade. É aí que entram em cena os dois livros recém-lançados nos Estados Unidos. O primeiro, Teaching as leadership, foi escrito por Steven Farr, o responsável pela difusão de conhecimento da organização Teach for America, que dá aulas em escolas públicas para crianças de comunidades carentes. Em duas décadas de atuação, a Teach for America formou 25 mil professores, que deram aulas a 3 milhões de alunos. Mais do que apenas ensinar, a Teach for America vem colecionando dados sobre os professores mais eficientes. Suas técnicas, seus métodos, sua formação, como se preparam para o trabalho. Dessa análise surgiram o que Farr chama de seis pilares do ensino:

1) traçar metas ambiciosas com a turma, como “este ano vamos avançar dois níveis em um” ou “todos os alunos desta sala vão tirar mais que 9 no exame nacional” (não metas vagas, como “vamos aprender o máximo”);

2) envolver alunos e famílias, a ponto de traçar com os pais planos de incentivo individualizados para as crianças;

3) planejar com cuidado as aulas;

4) dar aulas com eficiência, aproveitando cada minuto e cada oportunidade;

5) aumentar a eficiência sempre;

6) trabalhar incansavelmente, porque cada um dos itens anteriores dá muito, muito trabalho.

Na mesma linha, o educador Doug Lemov lançou no início deste mês o livro Teach like a champion. Lemov dirige a Uncommon Schools (Escolas Incomuns), uma associação de 16 escolas que ensinam crianças principalmente de famílias carentes. “Uma de nossas missões é diminuir a distância na taxa de aprendizado entre ricos e pobres”, diz Lemov. Eles têm conseguido. Em 2009, 98% dos alunos da Uncommon tiraram notas acima da média estadual de Nova York em matemática. Na avaliação de inglês, foram 80%.


O livro de Lemov nasceu de uma inquietude dos tempos em que trabalhava como consultor e era chamado por diretores aflitos com a qualidade ruim de suas escolas. Por que alguns professores conseguiam ensinar tão mais que outros a alunos de mesma condição social? O primeiro passo para responder a essa pergunta foi identificar os professores de sucesso. Para rastreá-los, Lemov cruzou as notas de alunos em avaliações nacionais com o índice de pobreza e violência das comunidades em torno das escolas. Fez isso classe por classe, até localizar as maiores notas entre aqueles que todos acreditavam que fracassariam. “Esses são os professores campeões”, afirma (leia sua entrevista). São o equivalente do técnico de futebol que seguidas vezes pega um time no intervalo perdendo de 4 a 0 e empata o jogo. Durante cinco anos, Lemov gravou suas aulas e os entrevistou. O livro é um apanhado de suas técnicas (algumas delas estão no quadro na última página desta reportagem).

À primeira vista, as técnicas podem parecer banais, como circular pela sala de aula ou olhar os alunos nos olhos. Assim como as técnicas de Farr, que incluem elogiar o esforço (“Você prestou atenção”), em vez do talento (“Você tem boa memória”). A professora Carolina Maia passou a ganhar dez minutos a cada aula depois que descobriu um método para garantir a disciplina da classe da 2ª série na Escola Estadual Guilherme Kulmann, de São Paulo. Para duas meninas que discutiam por causa de um lápis de cor, Carolina apenas aponta a porta e pede que elas resolvam o problema no corredor. “Tento deixar o que atrapalha a concentração deles fora da sala”, diz. “Não posso me dar ao luxo de perder tempo.”

Muitos professores lidam com esse tipo de situação dez, 15 vezes por aula. Nesse tempo, 20% do total, não conseguem ensinar. “O universo da sala de aula é constituído por uma infinidade de pequenas ações”, diz Guiomar Namo de Mello, uma das mais respeitadas educadoras do país. “É a execução dessas ações naquele espaço, naquele tempo da aula e com aqueles alunos que distingue o bom professor.” Essas pequenas ações incluem a forma como o professor faz perguntas para a classe, o modo de passar instruções, seu grau de controle sobre as conversas paralelas. E podem ser aprendidas.

No caso dos professores brasileiros, não há como aferir objetivamente quais sejam ótimos. Na falta de estudos como os de Lemov e Farr, dependemos de percepções de diretores e educadores, às vezes de alunos. Contaminada pelo livro de Lemov, percebi diferenças entre o professor João, do início da reportagem (apontado como exemplo pela direção da escola), e o professor Fernando (indicado como excelente por um aluno). João conseguia a atenção da maioria dos alunos; Fernando, de todos. João, até onde percebi, não usava técnicas; Fernando tinha alguns macetes. João deixava transparecer o esforço para explicar o conteúdo; Fernando demonstrava mais empatia com os alunos, parecia entender a origem de suas dúvidas. João explicava os exercícios mais importantes; Fernando tirava dúvidas individuais. Estaria minha percepção correta, com base em apenas uma aula? Será que essas diferenças garantiriam um aprendizado melhor para os alunos de Fernando?

Há outra crítica às receitas de Farr e de Lemov. Ambos se basearam em crianças carentes, cujo grande sucesso é chegar ao nível das demais. Nessas condições, muitos colégios estão dispostos a tentar qualquer coisa. Até a subornar os alunos para tirar boas notas. O economista Roland Fryer Jr., da Universidade Harvard, fez exatamente isso, com resultados mistos. A pesquisa gastou US$ 6,3 milhões, distribuídos para 18 mil alunos. Quando pagava por “notas melhores”, o resultado foi pífio. Mas pagar para ler livros levou os alunos de várias escolas a melhorar sua leitura e, consequentemente, suas notas.

TÉCNICAS


Irinéia Scota e Fabrícia Lima, professoras de redação. Uma planeja aulas para atrair os alunos, a outra circula pela classe para gastar menos tempo pedindo silêncio


Várias pesquisas mostram que aprimorar os métodos de ensino dos professores, como sugerem Farr e Lemov, é mais eficaz que incentivar os alunos de outros modos. A questão é: esses conselhos que parecem funcionar para crianças carentes seriam válidos para colégios de classe média e elite? Provavelmente sim, a julgar por algumas práticas de alguns dos melhores colégios do Brasil, como o Vértice, de São Paulo, e o São Bento, no Rio de Janeiro, primeiros colocados no ranking do Enem do ano passado. Ambos adotam uma das estratégias que Lemov considera essenciais: seus professores são treinados por outros professores, na própria escola.

Alexandre Simonka, de 35 anos, professor de física do Vértice, foi contratado há quase dez anos. Acabara de se formar pela USP. Antes de bater o sinal da primeira aula em que assistiu o titular da disciplina (e dono do colégio), compreendeu que toda a física quântica que dominava não serviria para nada. “Eu não tinha a linguagem para passar conteúdo aos meninos de 14 anos”, diz. Por três meses, teve de rever os fundamentos básicos da física. O dono da escola serviu como seu tutor. Simonka diz ter aprendido com ele suas duas principais técnicas: nunca deixar que os alunos anotem no caderno enquanto ele explica (“não dá para dividir a atenção deles com nada”) e sempre, no final da aula, apontar o que é preciso memorizar.

Também é notável que os professores indicados como exemplares pelos colégios que procurei tenham chegado, por aprendizado próprio, a algumas das técnicas descritas por Lemov e Farr. Eis alguns exemplos.

* Todos os dias, no começo da aula, Carolina aquieta as crianças com a seguinte frase: “Vou contar até três, e uma mágica vai acontecer”. Na primeira vez, não funcionou. Nem na segunda. Em algum momento, os alunos aprenderam a se sentar em silêncio antes de ela chegar ao três.


* O estudante Leonardo Basile, de 17 anos, começou a competir em olimpíadas de matemática entre a 5ª e a 8ª séries, inspirado pelo professor Rogério Chaparin. Basile concluiu o ensino médio em 2009 e no início de abril estava nos Estados Unidos, escolhendo em qual das quatro universidades nas quais foi aceito vai estudar. “O Rogério sempre foi muito empolgado com o que ensinava”, diz. “E me contaminou.” Chaparin, que dá aulas de matemática no ensino médio de uma escola técnica estadual de São Paulo, não dá aulas shows. O que seu ex-aluno enxergou como paixão é uma técnica. “Nunca passo um exercício que não tenha mais de uma solução”, diz ele. Incentivar os alunos a buscar um jeito diferente de resolver um problema é, para Chaparin, a receita de mantê-los motivados e concentrados.


* Professor há 25 anos, Carlos Oliveira diz que suas aulas se tornaram melhores depois que ele mudou o jeito de fazer perguntas. Em suas aulas para o ensino médio do Colégio Bandeirantes, de São Paulo, Oliveira se dirige a cada aluno, em vez de dar a palavra apenas a quem levantar a mão. Segundo ele, isso cria uma tensão positiva nos alunos. “Eles sabem que podem ser chamados a participar da aula a qualquer momento e acabam prestando atenção na maior parte do tempo.” Para Lemov, isso é parte da receita de manter as expectativas altas em relação aos alunos. O fracasso do ensino começa quando o professor não acredita que seus alunos possam aprender. Em pelo menos duas ocasiões durante a aula que observei, Oliveira não se conformou com um “não sei”. Repetiu a pergunta aos mesmos alunos, até fazê-los dar a resposta certa depois de chegar a ela, com toda a classe.


* Em suas aulas de redação, a professora Irinéia Scota apresenta cada tema de um jeito diferente. Para escrever sobre o culto à forma física, os alunos da 8ª série do Colégio Positivo tiveram de trazer suas próprias pesquisas de casa. Reportagens, depoimentos de familiares, músicas. Ao serem apresentados ao gênero teatral, leram um trecho de O auto da compadecida, assistiram a um vídeo com seu autor, Ariano Suassuna, e ao longa-metragem homônimo. A classe discute tudo. Só então os alunos fazem o texto. Nessa hora, ela circula entre as carteiras, tira dúvidas individuais ou dá orientações gerais. “Eles têm chance maior de pedir ajuda e tirar dúvidas”, diz. “É impressionante como quem pede ajuda vai melhor, no médio prazo, do que quem não pede.”


* Todos os professores observados para esta reportagem também cumprem outra recomendação de Lemov e de Farr. Suas aulas são meticulosamente planejadas. Irinéia Scota, de Curitiba, vai além. O passo a passo de seu plano de aula de redação é transparente para a classe. Os alunos sabem que primeiro vão debater, depois escrever, por fim reescrever, corrigindo os erros. Ao estabelecer etapas, fica mais fácil para o aluno entender por que um recorte de jornal que ele precisa providenciar para amanhã é importante para tirar nota 10 na redação do vestibular. “Nossos melhores professores perceberam que, antes de conseguir fazer o que queremos que eles façam, os alunos têm de conseguir dizer essas ações”, escreveu Farr. “Por isso, essas ações e expectativas têm de ser ensinadas, explicadas e constantemente revistas.”

O mais impressionante nos trabalhos de Lemov e de Farr é que seus segredos do sucesso têm pouco a ver com as grandes teorias da educação. Que faculdade de pedagogia ensinaria Fabrícia Lima, professora de português da rede estadual do Recife, que circular pela sala funciona mais do que ficar parada na frente da lousa dizendo “pssssssiu”? Fabrícia perdia quase dez minutos da aula. Ao passear entre as carteiras, pede a um aluno que guarde o boné, a outro que desligue o MP3. Os alunos mais distantes percebem a acomodação e naturalmente também se preparam. “Nenhum estágio que fiz durante a faculdade me preparou para isso”, diz.

Bernadete Gatti, chefe da área de pesquisa em Educação da Fundação Carlos Chagas, investigou os cursos de pedagogia de todo o país. Descobriu que 70% da carga horária é teoria pura – psicologia, sociologia, filosofia. “Isso afeta diretamente a capacidade do professor formado de lidar com a prática em sala de aula.” Quem sofre é o aluno – e o país, que desperdiça seus talentos do futuro.


PERGUNTAS



Carlos Oliveira, professor de matemática. Ele escolhe quem responde a suas perguntas para que todos atentem ao que está sendo ensinado

As aulas dos campeões

Algumas técnicas dos melhores professores observadas pelo educador Doug Lemov:

É certo só se estiver 100% certo

• Continuar perguntando a mesma coisa para o aluno até que ele dê uma resposta 100% certa. O que acaba acontecendo na maioria das classes é algo parecido com o descrito neste diálogo:

– Como era a convivência entre as famílias de Romeu e Julieta? – pergunta a professora.

– Eles não se gostavam – responde um aluno.

– Certo. Eles não se gostavam e disputavam terras havia anos, acrescenta a professora, que ainda dá parabéns ao aluno pela resposta que ele não deu.

Ao não apontar para o aluno que a resposta dele poderia ser mais completa, a professora passa a mensagem de que ele pode estar certo até quando não está – e, obviamente, isso não vai funcionar em uma prova ou no vestibular. A dica é ter paciência e insistir na pergunta, até chegar ao 100% certo. Um excelente professor sairia assim dessa situação: “Foi um bom começo, mas dizer apenas que eles não se gostavam realmente revela qual era a relação entre as famílias?”. Dessa forma, ele deixa claro que não aceita nada menos do que uma resposta completamente correta, sem deixar de demonstrar confiança na capacidade de seus alunos.

Olho no professor

• Os alunos não podem anotar nada enquanto o professor explica a matéria. Todos os olhos devem estar voltados para ele. Isso é mais eficiente para controlar quem está prestando atenção do que repetir 1 milhão de vezes “prestem atenção agora, isso é importante”. Pelo simples fato de que o professor enxerga os olhos dos alunos. Ou se as canetas estão descansando sobre a carteira. Um dos maiores problemas enfrentados no dia a dia por professores é que nem todos os alunos seguem suas orientações. Podem ser orientações de como executar um exercício. Os que ficam para trás estão deixando de aprender e ainda podem tumultuar a aula. Para os bons professores, só há uma porcentagem aceitável de alunos que obedece ao que foi pedido: 100%. Menos que isso, o desempenho da classe toda estará comprometido.

O lado positivo da bronca

• Usar frases positivas na hora de chamar a atenção do aluno. Faz uma tremenda diferença dizer “por favor, eu preciso que você olhe para a frente”, em vez de “não olhe para trás”. Pessoas se motivam muito mais por fatores positivos do que negativos. No geral, elas agem para buscar o sucesso, e não para evitar fracassos. A técnica do enquadramento positivo pode ser aplicada durante a aula ou em uma conversa reservada com o aluno. Se outros estudantes assistem ao diálogo entre o professor e o aluno que está sendo repreendido, o ideal é sempre assumir, a princípio, que o mau comportamento não é intencional. É mais produtivo dizer algo como “classe, só um minuto, parece que alguns se esqueceram de empurrar suas cadeiras”, do que “classe, só um minuto, alguns decidiram não empurrar suas cadeiras como eu pedi”. Isso ajuda o professor a ganhar a confiança do aluno, o que é fundamental para o aprendizado.

Circulação pela sala

• Enquanto explica a matéria ou como resolver um exercício, o professor circula pela sala. Ao quebrar a barreira imaginária que existe entre ele e os alunos, demonstra proximidade. Durante a caminhada, aproveita para fazer perguntas individuais, corrigir ou elogiar um caderno. Circular pela sala é ainda uma boa oportunidade para descobrir o que acontece quando o professor está virado de costas para a turma, ao flagrar um álbum de figurinhas aberto ou um celular ligado.

Para fisgar o aluno

• Apresentar um novo tópico da matéria de um jeito diferente. Esse é o primeiro passo para aprender aquela lição. Para fisgar os alunos, a técnica é usar iscas como uma história, trechos de um filme ou um pequeno desafio. Por exemplo: antes de ensinar o conceito de frase completa, uma professora pede aos alunos que formem uma frase com cinco palavras dadas por ela. Depois de poucos minutos, eles percebem que é impossível executar a tarefa – porque não havia entre as palavras o sujeito da frase. A surpresa do problema sem solução manteve os alunos atentos o resto da aula.

Não vale não tentar

• Não aceitar “não sei” como resposta e conduzir o aluno à resposta certa – ou à melhor possível – é uma das técnicas mais simples para motivar o aluno a aprender. Uma professora pergunta a um aluno qual o sujeito da frase “minha mãe não estava contente”, ele diz que não sabe. Então, ela se volta para a turma e pergunta qual a definição de sujeito. Depois de ouvir que o sujeito é quem pratica a ação, ela volta para o primeiro aluno e repete a pergunta inicial. Ele então consegue responder: a mãe. A cultura do “não sei” é nociva principalmente porque passa a impressão de que alguns alunos não são capazes de aprender. Manter a expectativa alta em relação ao aluno é fundamental para seu sucesso.

A hora certa de elogiar

• O elogio só deve vir quando o aluno fizer mais do que lhe foi pedido. Os professores excelentes fazem uma distinção precisa entre o que o aluno aprendeu dentro das expectativas e quanto ele as superou. Se um aluno cumpre uma tarefa corriqueira, como manter sua carteira limpa, o professor pode dizer “obrigado por fazer o que eu pedi”, em vez de “excelente trabalho!”. A banalização do elogio tem um efeito destrutivo no longo prazo. O elogio por atitudes banais acaba minando a confiança do aluno de que ele possa fazer algo extraordinário.


O jeito certo de fazer perguntas

• Em vez de fazer uma pergunta para toda a classe responder ou chamar apenas os alunos que levantaram a mão, escolher quem vai dar a resposta, chamando o aluno pelo nome ou apenas apontando para ele. Essa técnica não só permite que o professor cheque o que cada aluno aprendeu, como também é uma forma de mantê-los atentos – afinal, a qualquer momento, alguém pode ser chamado para responder a alguma coisa. Se esse tipo de atividade acontecer todos os dias, os alunos passarão a esperar por isso e, no médio prazo, mudarão seu comportamento. Muitos professores acham que chamar um aluno para responder a uma pergunta é “expô-lo” ao resto da turma. Mas, se a técnica for feita da maneira correta, é o jeito mais eficiente de ouvir aqueles alunos que gostariam de responder, mas hesitam em levantar a mão.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI135460-15228-1,00-OS+SEGREDOS+DOS+BONS+PROFESSORES.html acesso em 5 de maio de 2010

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Episódio 1 da Série Mundos Invisíveis exibida pelo Fantástico

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domingo, 2 de maio de 2010

Atenção: essa é para quem gosta de ler sobre a história da Química

Olá a todos. Quem já leu as postagens deste blog notou uma continuidade . Cada uma delas fala um pouco sobre os filósofos que deduziram teorias para explicar do que a matéria é formada. Pois bem, agora ao invés de continuar escrevendo sobre o assunto vou indicar o seguinte livro: "O sonho de Mendeleiev: a verdadeira história da química. Inspirei-me nele na maioria de minhas postagens. Vocês podem ler algumas de suas páginas na internet, nesse link aqui: 

Tem muita coisa interessante nesse livro a respeito da história da química, inclusive a continuação da história que vinha contando ao longo de minhas postagens, mais precisamente da página 26 a 30. Não deixem de conferir!
Há! Só um detalhe. O livro todo não dá para ler pela internet e nem baixar, pois é protegido por direitos autorais. Porém a respeito do assunto que venho tratando ao longo das postagens dá para ler o capítulo inteiro (capítulo 1 - No começo). Boa leitura!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Contribuição de Leucipo e Demócrito para a Química

O Choroso Heráclito e o Risonho Demócrito, afresco de Donato Bramante (1444–1514), Pinacoteca di Brera, Milão.


Um filósofo de nome Leucipo, que assim como Empédocles viveu durante o século V a.C, também refletiu a respeito da natureza da matéria. Ele se perguntou: “é possível dividir a matéria infinitamente ou ao dividi-la inúmeras vezes chega-se a um ponto no qual não é possível mais fazer a divisão?”
A conclusão a que Leucipo chegou foi que a matéria seria formada por partículas indivisíveis, os átomos. Portanto, para ele, a matéria não poderia ser dividida infinitamente, pois ao dividi-la se chegaria ao átomo.
A palavra átomo tem origem grega, significa “que não pode ser cortado”, ou seja, indivisível.
Leucipo foi o primeiro filósofo a expor que a matéria seria formada por átomos indivisíveis.
Pouco se sabe sobre a vida de Leucipo, porém, segundo estudos, Demócrito, seu discípulo mais famoso, foi quem ampliou a teoria de seu mestre.
De acordo com Demócrito, considerado o último filósofo pré-socrático, os átomos existiam em quantidades infinitas, movimentando-se continuamente no espaço; sendo de tipo, tamanhos e formatos variados. Segundo ele os átomos se diferenciavam também pelo peso e calor.
As transformações sofridas pela matéria, assim como sua diversidade, eram explicadas por Demócrito da seguinte forma: deviam-se as combinações e recombinações mecânicas sofridas pelos átomos (por meio de movimentos produzidos pela gravidade). Para Demócrito o vazio era necessário para que os átomos se deslocassem, sugerindo que a matéria seria formada por átomos e espaços vazios. Outro detalhe importante da teoria de Demócrito é a imutabilidade dos átomos.
Hoje sabemos que “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” o que nos recorda a ideia de Demócrito sobre a imutabilidade e as combinações e recombinações (rearranjos) sofridas pelos átomos para dar origem a todas as coisas.

GRAVIDADE: FORÇA QUE PROPORCIONA PESO AOS OBJETOS. 

Referências:

STRATHERN, P. O sonho de Mendeleiev: a verdadeira história da química. Jorge Zahar editora LTDA, Rio de Janeiro, 2002.
pt.wikipedia.org/wiki/Demócrito_de_Abdera acesso em 19 de abril de 2010
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravidade acesso em 21 de abril de 2010
http://historiadafilosofia.wordpress.com/category/leucipo/ acesso em 19 de abril de 2010


quinta-feira, 15 de abril de 2010

Receita caseira de creme hidratante para a pele

Vou começar com uma pergunta: Qual a composição de um creme hidratante para a pele?
Aí você responde: Há uma diversidade de componentes nos cremes hidratantes que dependem do tipo de pele, da marca do produto etc.
Resposta correta! Porém, existe um ingrediente básico presente em todos esses cremes hidratantes, é a lanolina.
A lanolina possui esse nome por ser obtida através da limpeza da lã bruta do carneiro. Ela é responsável pela maciez desses pelos, por isso não é a toa que ela está presente na composição de todos os cremes hidratantes para a pele.
A lanolina tem propriedades hidrofílicas, isto é, liga-se a água sendo, portanto, hidratante e claro, amaciante.
Além de hidratante a lanolina age como emulsionante (mantém unidos a água e os óleos hidratantes presentes na fórmula do creme).
Mas, como isso aqui não é uma aula de química, vou parar de enrolar e mandar a receita do creme ok? Os ingredientes são vendidos em farmácias ou lojas de produtos naturais.


Ingredientes para a fase oleosa:

60 mL de óleo de amêndoas doces
40 g de lanolina

Ingredientes para a fase aquosa:

10 mL de água destilada ou filtrada
1 g de bórax (vendido em farmácias de manipulação)

Ingredientes ativos:

30 g de mel
3 mL de óleo de rosa-mosqueta
3 mL de tintura de bejoim
Forma redonda e baixa (aquela para fazer bolo), recipiente de vidro refratário, panela e potes de vidro

Como fazer:

Primeiro, prepare o banho-maria da seguinte forma: coloque no máximo até a metade de água na forma redonda. Quando a água ferver, abaixe o fogo.
Coloque o óleo de amêndoas no recipiente de vidro refratário e aqueça-o no banho-maria. Adicione a lanolina mexendo bastante até que a mesma fique totalmente misturada ao óleo. Reserve.
Prepare a fase aquosa aquecendo a água destilada ou filtrada em uma panela e, em seguida, dissolva o bórax.
Ao poucos misture a fase aquosa à fase oleosa (aquela que estava reservada), mexendo bem.
Adicione os ingredientes ativos: mel, óleo de rosa-mosqueta e tintura de bejoim. Depois de misturar tudo, feche o fogo e deixe seu creme esfriar.
Guarde em potes de vidro bem tampados e na geladeira (esterilize os potes com água fervente antes de guardar o creme.)
Usar diariamente no corpo.

REFERÊNCIAS:

REIS, M. Completamente Química. FTD, São Paulo, 2001.

SANTOS, W. L. P.; et al. Química e Sociedade. Editora Nova Geração, São Paulo, 2005.

Água, ar, fogo e terra

Surgiu, após Heráclito, uma ideia completamente nova a respeito da composição da matéria. Empédocles, filófoso grego residente em uma colônia grega na Sicília durante o século V a.c, propôs que a matéria seria formada por quatro elementos: água, ar, fogo e terra. Revolucionou, assim, a ideia do elemento único formador de todas as coisas. Afirmava que todos os materiais eram compostos por diferentes combinações desses quatro elementos.

Fonte: http://www.silverioortiz.kit.net/blog/um_mundo_de_vazios.htm  Acesso em 14 de abril de 2.010

Empédocles foi ainda mais brilhante ao dizer que nada no mundo era criado ou destruído, séculos antes de Lavoisier ter descoberto a Lei de Conservação das Massas que pode ser resumida pela frase: "Na natureza nada se cria, nada se perde; tudo se transforma".
Empédocles também deu contribuições para o pensamento Teórico Evolucionista. Para ele, os membros se combinaram de diversas maneiras nos seres vivos, dando origem a todo tipo de criaturas, por exemplo, uma criatura com face de homem e descendência de boi. Somente os seres mais bem adaptados ao seu ambiente sobreviviam. Charles Darwin afirmou : " Sobrevive aquele que está mais bem capacitado" aproximadamente 2.460 anos depois de Empédocles.
Voltando a teoria dos quatro elementos, para Empédocles havia duas forças fundamentais responsáveis pelo funcionamento do universo: o AMOR que unia os elementos e o ÓDIO que os separava. A morte, segundo ele, era a desagregação dos quatro elementos. Portanto, para ele, todo tipo de matéria existente seria constituída pela combinação destes quatro elementos, misturados pelo amor ou separados pelo ódio.
Empédocles morreu ao pular do monte Etna para tentar provar aos seus discípulos que era imortal.

REFERÊNCIAS:

STRATHERN, P. O sonho de Mendeleiev: a verdadeira história da química. Jorge Zahar editora LTDA, Rio de Janeiro, 2002.

REIS, M. Completamente Química. FTD, São Paulo, 2001.

SANTOS, W. L. P.; et al. Química e Sociedade. Editora Nova Geração, São Paulo, 2005.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Emp%C3%A9docles  Acesso em 14 de abril de 2010 









sexta-feira, 9 de abril de 2010

" O sol é novo a cada dia"

Prosseguindo o estudo sobre as teorias a respeito da composição da matéria, é interessante salientar que os primeiros pensadores da cidade de Mileto são denominados Pré – Socráticos, pois precederam Sócrates.
Em Éfeso, principal cidade da região da Jônia (mesma região onde ficava Mileto), surgiu outro filósofo chamado Heráclito.
Heráclito era um homem arrogante e misantropo (tinha aversão à sociedade, aos homens). Na velhice chegou ao ponto de abandonar sua cidade para viver nas montanhas, alimentando-se de capim e ervas.
Heráclito tinha outra ideia sobre a composição das coisas, para ele o elemento fundamental a partir do qual o mundo se formou era o fogo. Discordava da proposição de Anaxímenes raciocinando que se o ar podia se transformar em água, terra, pedra e em todos os demais materiais, não poderia continuar sendo ar, nem tampouco poderia ser a substância formadora de toda matéria.
E por que Heráclito acreditava que o elemento que teria dado origem a todos os materiais seria o fogo? Porque para ele o mundo estava em constante transformação. Uma prova disto são suas célebres frases: “Nenhum homem entra duas vezes no mesmo rio” e “ O sol é novo a cada dia”. O fogo seria, segundo ele, o responsável por essas transformações consumindo as coisas e transformando-as em toda a diversidade de materiais. Sua teoria afirmava que o único elemento que não sofria transformação era o fogo, sendo, portanto o formador de todas as coisas.
Heráclito morreu de hidropisia, uma doença que provoca a retenção de fluido nos tecidos. Desceu a Éfeso em busca de tratamento e, exibindo toda a sua arrogância característica, propôs aos médicos o seguinte enigma: “São capazes de criar uma estiagem após uma chuva pesada”. Como os médicos não conseguiram responder a sua pergunta, Heráclito decidiu curar-se sozinho. Foi a um estábulo e enterrou-se no esterco (excremento animal) achando que o calor extrairia o fluxo do seu corpo. Seu método foi ineficaz, ele faleceu.


REFERÊNCIAS:

STRATHERN, P. O sonho de Mendeleiev: a verdadeira história da química. Jorge Zahar editora LTDA, Rio de Janeiro, 2002.

REIS, M. Completamente Química. FTD, São Paulo, 2001

Episódio 1 da série Mundos Invisíveis exibida pelo fantástico em 2008.

Site: http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=6 Acesso em 8 de abril de 2010

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Os discípulos de Tales

Após a teoria de Tales, o primeiro cientista filósofo, um de seus discípulos chamado Anaximandro, também da cidade de Mileto, abandonou a ideia de seu mestre. Segundo ele, a essência da matéria não poderia ser uma substância comum, como a água. “Anaximandro postulou a existência de uma substância abstrata, o ilimitado, de onde tudo nascia e para onde tudo fluía. Esse fluxo constante de criação e destruição não se restringia às coisas da Terra. Nos céus também mundos surgiam do ilimitado e para ele voltavam, dissolvendo-se na imensidão do tempo” (GLEISER, 2008, p.10). Anaximandro chamava este elemento formador de todas as coisas de ápeiron, (palavra que significa “indeterminado” ou “ilimitado”) do qual provinham os pares de opostos (fogo e água, frio e calor, seco e úmido etc) que constituíam o mundo. Todas as transformações químicas, para ele, seriam resultado da interação entre os opostos.
Anaxímenes, outro discípulo de Tales, refutou a teoria de seu mestre e também a de Anaximandro. Em relação à teoria de Tales, Anaxímenes se perguntou: Se tudo é formado de água, como se explica a diversidade de materiais do mundo? Como a água havia se tornado todas as coisas?
Anaxímenes pensou, então, que o elemento fundamental formador da matéria não seria a água, mas sim o ar. Ele imaginou que se o mundo era cheio de ar, este ficaria mais comprimido quanto mais se aproximava do centro da terra. De acordo com Anaxímenes, à medida que o ar se comprimia, se transformava em água; a água, por sua vez, ao ser comprimida se transformava em terra que ainda mais comprimida, se tornava pedra.
Para Anaxímenes todas as coisas materiais eram formadas por rarefação ou condensação do ar. Acreditava que a alma seria ar, que o fogo era ar rarefeito (ar com grande afastamento entre as partículas) e que quando ocorria a condensação, o ar se transformava em água, que se condensando ainda mais se transformava em terra, que se condensando ainda mais se transformava em pedra.
A história das teorias sobre a composição da matéria é grande, e ainda tem muito mais a ser contado. Aguarde a próxima postagem! Qualquer dúvida envie um comentário.

REFERÊNCIAS:

GLEISER, M. Mundos invisíveis – Da alquimia à física de partículas. Editora Globo, 2008.

STRATHERN, P. O sonho de Mendeleiev: a verdadeira história da química. Jorge Zahar editora LTDA, Rio de Janeiro, 2002.

REIS, M. Completamente Química. FTD, São Paulo, 2001

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tales de Mileto e a matéria

"A química nos ajuda a entender a linguagem que Deus usou para criar a vida e a matéria" Franklin Moura

Matéria é tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço.

“Massa é uma 1grandeza física que mede quanto de matéria possui um corpo ou objeto” (Reis, 2001, p.11).
Corpo é uma porção limitada de matéria e objeto é um corpo fabricado para uma determinada finalidade. Por exemplo, o ouro é matéria, uma barra de ouro é um corpo e um anel de ouro é um objeto.
A massa de um corpo pode ser explicada como o grau de sua resistência a uma mudança de velocidade. Quanto maior a massa de um corpo, maior será essa resistência. Um goleiro pode parar uma bola de futebol que vai em direção ao gol, porém, não conseguirá fazer o mesmo com um caminhão de cimento devido à resistência a mudança de velocidade (parar a bola) proporcionada pela massa.
Massa e peso não significam a mesma coisa. O peso refere-se à força com que um objeto ou corpo é atraído pela terra, ou seja, o peso mede a força de atração gravitacional sofrida pela matéria.
Se a matéria ocupa lugar no espaço, isso quer dizer que ela possui volume. São exemplos de matéria: ar, água, ouro, terra, vidro, entre outros.
Os diferentes tipos de matéria são chamados de materiais.
Mas, do que é formada a matéria?
Hoje, sabe-se que a matéria é constituída por átomos e por vazio, porém, até se chegar a esse conhecimento surgiram muitas teorias para desvendar este mistério.
Na Grécia antiga, há cerca de 2.500 anos atrás, na cidade grega de Mileto – costa oeste da Turquia – havia um homem muito sábio chamado Tales, considerado o primeiro de todos os filósofos gregos.
Tales gostava de caminhar nos morros ao redor de Mileto, (que era uma cidade portuária) onde se podia ver o mar Egeu.
Enquanto Tales caminhava pelos morros observava algumas pedras que continham fósseis de conchas marinhas, percebendo assim que aqueles morros já haviam sido parte do mar. Chegou então à hipótese de que o mundo devia ter consistido inteiramente de água e, por meio desse raciocínio, passou a acreditar que toda matéria era constituída por água. Para Tales a água era o elemento fundamental do qual derivavam todas as coisas.
Hoje sabemos que nem tudo é água, mas que sem água não há vida. Tales não sabia que 65% do nosso corpo é formado por água.
“Em seus primórdios a filosofia abrangia a ciência – o que veio a ser conhecido como filosofia natural. O pensamento de Tales era científico porque era capaz de fornecer fatos em favor de suas conclusões. E era filosofia porque usava a razão para chegar a essas conclusões” (STRATHERN, 2002, p.17).
Mas, a história não para por aí... Muitos filósofos surgiram depois de Tales com explicações sobre a natureza da matéria...

1 Grandeza física é uma característica que pode ser medida de alguma forma e é representada por um número seguido de uma unidade de medida, por exemplo, a massa é uma grandeza física que pode ser medida em Kg (kilograma).

REFERÊNCIAS:

Reis, M. Completamente Química. FTD, São Paulo, 2001.

Santos, W. L. P.; et al. Química e Sociedade. Editora Nova Geração, São Paulo, 2005.

Strathern, P. O sonho de Mendeleiev: a verdadeira história da química. Jorge Zahar editora LTDA, Rio de Janeiro, 2002.

Episódio 1 da série Mundos Invisíveis exibida pelo fantástico em 2008.